sexta-feira, 18 de março de 2016

Palavras - Por Lívia Marques



Meu eu


Não se engane sobre mim e não me julgue.
Tenho coisas dentro de mim que nem eu ainda descobri:
posso ser encorajadora, sonhadora, confiável,
atenciosa, criativa, gentil...
Você me conhece?
Tenho meus momentos de doçura, de raiva,
de carência, de independência,
que quase sempre são invisíveis aos olhos.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Palavras - por Lívia Marques



Viagem


Era uma vez uma menina que viajou para dentro de si querendo encontrar tesouros perdidos. Ela estava em coma da realidade, mas conseguia escrever o que sentia:

- Estou deitada em um gramado que parece uma nuvem de algodão, tenho uma lupa para observar tudo e a todos. Olhei pra cima para observar as estrelas, parecia que sorriam pra mim, mesmo eu sabendo que algumas delas já morreram, mas que continuam brilhando lá no céu.

Ela não conseguia sair de lá. Havia uma coisa capaz de prendê-la com força, aquilo era bom, não a machucava. Pela primeira vez, sentia-se tranquila, sem perturbações e acertos de contas. Deixara tudo pra depois, ela só queria criar algo que não existisse, algo que nunca inventaram. Hoje criaria uma historia:

- Nesse lugar, não haverá doença, pesadelos e escuridão. Eu vou ter um castelo bem grande, que não será só pra mim, será uma nação.

Ela seria a rainha desse povo:

- Jardins de flores que cantam, sorvete de vários sabores, aves e dragões, palhaços que não dão medo, doce gelado sem arder a gengiva e congelar o cérebro, músicas alegres e amores sem fim...

Todos teriam lápis pra colorir o preto e branco. As pessoas seriam nobres de si, ganhariam a maior guerra que o ser humano enfrenta, a guerra contra si mesmo.

Do nada escutara um barulho muito alto, uma luz forte, uma coisa a perturbava e, depois de acordada,  percebeu que tudo aquilo não passou de um sonho.

É, Lia, foi um belo sonho; adeus, ilusão! Olá, realidade!

Lívia Marques

sexta-feira, 4 de março de 2016

Palavras - Por Lívia Marques




Pessoas

Elas não dizem o que sentem, há medo dentro delas.
Têm medo de se abrir e de ter que esperar para que as feridas cicatrizem;
Se fecham em seus sentimentos,
Não querem olhar para eles, esquecem.
Há medo de não serem compreendidas e retribuídas,
Ficam sozinhas no meio da noite,
Falta uma companhia dentro de si, em meio à multidão.
Então vão à procura de si dentro de outras pessoas, que também são incompletas.

Lívia Marques





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